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terça-feira, 3 de janeiro de 2006

O PRIMEIRO CONTACTO (2)

VÁROSLIGET E ARREDORES
14 setembro, 2005




Começámos por caminhar até às margens do "Duna". Num pequeno pulo chegámos à "Szent István Körut", a rua que acaba com o começo da Ponte de Margarita, daí facilmente se chega à frente do Parlamento. Não conseguimos deixar para mais tarde este reencontro, agora com luz solar. Ficámos ali alguns minutos, sentados, a olhar para Buda, e para tudo que nos rodeava. A estação de metro de "Kossuth Tér" fica logo ali, descemos as enormes escadas rolantes e, como antes havíamos planeado, rumámos a "Hösök Tere". A praça dos heróis (ou Hösök Tere), é paragem obrigatória para quem visita Budapeste pela primeira vez. Foi nesta zona que em 1896 se iniciaram as comemorações do Millennium Húngaro, esta época, de orgulho, na história da Hungria, foi marcada por uma modernização sem igual em qualquer outro país europeu. O monumento do Millennium nasceu mesmo no centro da praça e foi uma das vistosas construções desenvolvidas nesta época. Foi concluída apenas em 1929. Num dos extremos da praça vigora o Palácio da Arte, este é o maior espaço para exposições artísticas do país. No outro extremo está o museu de Belas-Artes, a única recordação que dele trago é um monte de andaimes empilhados em frente à primorosa fachada do edifico, que apenas conheço de algumas fotos que vi. Enquanto esperávamos pela Réka, tirei fotos e olhei mais vezes para tudo. Agora todos juntos... andámos alguns metros e entrámos no parque da cidade (ou em húngaro, Városliget), passámos pelo castelo “Vajdahunyad”, que, apesar de não ser genuíno, parece tirado de um conto de fadas, foi também construído aquando as comemorações do Millennium, e tem edifícios que reflectem diversos estilos arquitectónicos... Românico, gótico, renascentista e barroco. Antes da capela “Ják”, vimos a Estátua do Desconhecido. Estávamos quase a chegar ao nosso último destino de “Városliget”... Os banhos termais “Széchenyi”, um dos maiores complexos balneares da Europa, as águas quentes nascem a 970m de profundidade e atingem os 75ºC. Depois disto, quando voltámos para casa, quase não me conseguia mexer, ao mesmo tempo sentia-me muitíssimo bem. Os banhos “Széchenyi” fazem bem, Budapeste faz bem. O jantar foi calmo... Depois nem tanto. No “A38”, um barco parado nas margens do Danúbio, acontecia o “Nagy Fül Fesztivál”. Não sei nada acerca do festival, o que vi naquela noite foram bandas de música electrónica, uma delas era alemã, pelos vistos a mais conhecida, no fim da música ficaram a passar vídeos de curtas falados em inglês, enquanto isso, aos poucos a sala/barco ficava com menos pessoas, nós íamos ficando e bebendo. Por fim lá decidimos sair, quase depois de todos os outros o terem feito também. A noite estava agradável, apesar de ser tarde e de necessitarmos de poupar energias para o dia seguinte, não queríamos pôr-lhe ali fim. No caminho para casa (que poderia não ser para casa, pois se algo aparecesse, facilmente nos faria mudar de ideias), conhecemos dois húngaros, deviam ter a nossa idade, ou pelo menos não estavam muito longe disso. Não foi necessária muita conversa para decidir que devíamos ir beber um copo juntos. Acabámos num pequeno Pub que encontrámos ainda aberto. A música era péssima, dançamos na mesma porque estávamos a beber cerveja. O resto da noite foi longa... Acabámos por conhecer (por dentro) duas das esquadras da policia de Budapeste, percebemos também que eles ali não são muito tolerantes, talvez os 16 anos passados desde o fim do poder do regime soviético na Hungria, não tenham sido suficientes para acalmar a tensa atmosfera que ainda se vive na cidade. Directamente, não tivemos problemas de maior, porque, segundo me apercebi, e apesar de tudo, os turistas ainda merecem alguma tolerância. O mesmo já não podem dizer os amigos húngaros. Só me resta confessar que este caso não era mesmo de policia. Acabámos por nos deitar já com o sol a romper por entre as nuvens cinzentas de inicio de dia. Antes de adormecer... Um grande Uuuffff! (continua)

1 comentário:

Anónimo disse...

Já tive noites loucas em Budapeste (que se têm vindo a acalmaar nas últimas visitas, deve ser a idade) , mas felizmente nunca fui parar à esquadra! O que é bom em Budapeste é que há sempre um Pub aberto. Aliás, conheço dois que nunca fecham. Um perto da Blaha Lujza, e o outro no centro, perto da Vaci. Neste último, recordo-me de uma noite/manhã alucinante, em 2003, com um traficante de droga albanês, namorado da "bargirl"...é daquelas coisas que parece que só acontecem em Budapeste...