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sábado, 10 de janeiro de 2009

CEIA A PÃO TIBETANO

DHARAMSALA



É aqui que Dalai Lama tem a sua residência oficial desde que escapou para o exílio há 50 anos atrás. De resto Dharamsala é mais tibetano que indiano, atrás do seu líder espiritual chegaram e continuam a chegar mais tibetanos que entram em território indiano caso consigam escapar entre os grandes Himalaias. Outros ficam pelo caminho, ou porque são apanhados pelo exército chinês de ocupação ou porque simplesmente não resistem à força do frio nas montanhas. O Museu do Tibete em Dharamsala deixa-nos com uma clara ideia sobre o que os tibetanos têm sofrido nos últimos anos ao se tentarem libertar da ocupação chinesa. E hoje, essa é a luta do povo tibetano que tenta salvar o que ainda não foi destruído da sua cultura e tradição. Respira-se tranquilidade em Dharamsala, mas por detrás da calma aparente do lugar, movem-se as almas daqueles que passaram tormentas antes de aqui chegar. Mas eu sou apenas um turistazeco sem grande história (e contente por isso). Mas nem tudo é calmaria, e o nosso menino Jesus deu-me uma valente prenda em vésperas de Natal, um dia inteiro de cama com o estômago às voltas. O que entrava saia logo a seguir pelo mesmo sitio. O pão tibetano foi o único a arranjar um cantinho sossegado dentro da minha barriga! Bem dito sejas tu, meu pão tibetano, trouxeste graças à minha ceia!

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

IOGA E OS BEATLES

RISHIKESH



Não, não vim a Rishikesh para ficar num Ashram a fazer ioga ou meditar junto ao Ganges apesar de dizerem ser aqui a capital Mundial do Ioga. Bem, mas lá me meti a vaguear por entre alguns montes de turistas a apreciar a paisagem que Rishikesh nos oferece. Ou melhor, a apreciar a paisagem que Laksham Jhula e Ram Jhula nos oferece, porque na verdade estes dois lugares ficam situados poucos quilómetros a norte da verdadeira cidade de Rishikesh. Na verdadeira cidade de Rishikesh estão os outros indianos. Aqueles que fazem outras coisas que não dobrar-se para apanhar o dinheiro do serviço prestado ao turista, esses são os verdadeiros indianos que rolam as suas vidas enquanto observam o vai e vem de estrangeiros que ali passam depois de sair, ou antes de entrar nos autocarros ou comboios que os levam da verdadeira Rishikesh para outro destino. Mas a vida de turista é assim, e como eu sou um deles, lá me fiquei pelos encantos de Laksham e Ram Jhula e deixei os verdadeiros indianos fazerem as suas vidas descansados na verdadeira Rishikesh. Foram mais uns dias para relaxar fora da verdadeira (alucinante) Índia. Aqui a água do Ganges é limpa, ou pelo menos dá alguma impressão disso. É a primeira ou umas das primeiras povoação a ter o prazer de desfrutar das suas margens. A paisagem completa-se com as verdinhas montanhas que se estendem em redor e também com as duas pontes suspensas que ligam as margens do rio e que servem de posto de comando para os macacos ladrões roubarem coisas comestíveis das mãos dos mais distraídos. Também interessantes são as montras das lojas de Música, entre paletes de Cd’s de cânticos hindus e baladas para meditar ou fazer Ioga, encontramos (em destaque) o “White Album”, reza a história que aqui, em finais dos anos 60, os quarto Beatles pernoitaram durante alguns meses e escreveram muitos dos temas que compõem o “álbum branco”. Depois de tamanho exemplo, porque não admitir que Rishikesh pode de facto ser um lugar para encontrar alguma inspiração, eu ainda não consegui descobrir a minha, mas só pode mesmo estar a caminho.