Páginas

quinta-feira, 19 de janeiro de 2006

O PRIMEIRO CONTACTO (3)

BUDA E AS DANÇAS
15 setembro, 2005



Acordámos bem, não muito cedo, mas completamente recuperados da noite passada. Primeiro destino... bairro do Castelo de Buda, e tudo o que o envolve, ou quase tudo. Este sitio é particularmente nobre. Daqui a cidade está a nossos pés, ali estendida, numa exposição que me custou largar para ir embora. Lá em baixo o Danúbio, as pontes, o Parlamento, as igrejas, os edifícios, quase toda a cidade de uma só vez. Em Buda, o templo de Matias (Mátyás Templom) é vistoso, mas talvez, não o suficiente para me fazer conhecer o seu interior. Apanhando a “Színház Utca” facilmente descemos até ao Palácio Real. Esta construção elevou-se em Buda, no século XVIII, pela mão dos Habsburgos, a versão actual do palácio é uma reconstrução feita já no século XIX, após a destruição da original em 1945. Aqui podemos ver a grande fonte Mátyás, a estátua do Príncipe Eugénio de Sabóia, a Galeria Nacional Húngara, o Palácio Sándor ou a Biblioteca Nacional Széchenyi, sempre com a oportunidade de olhar o Danúbio e Peste lá do outro lado. O tempo escasseia e ainda queremos descer até ao centro de Peste. Fomos. Atravessámos a Ponte das Correntes (Széchenyi Lánchíd). A famosa ponte foi construída por iniciativa do conde István Széchenyi, é também conhecida pelos trágicos suicídios a que está relacionada, um dos quais o de János Marschalkó, que havia esculpido os dois grandes leões que ali se ergueram. Passámos a Roosevelt Tér e entrámos na famosa Rua Váci. Fomos atraídos por sons que pensámos ser de música tradicional húngara, chegámos um bocado mais perto e percebemos que se tratava de uma festa com música tradicional, não húngara, mas sim grega. Ficámos por ali e tentámos perceber o porquê daquelas danças e daquele contagiante espirito festivo. Não foi difícil descobrir, entrámos numa galeria que ali estava, a exibição fotográfica intitulava-se “Thank You Hungary” e o que ali acontecia era uma festa de agradecimento ao povo húngaro que entre 1948 e 1950 deu abrigo a mais de 3 mil crianças gregas que ali se refugiaram aquando a guerra civil que abalou a Grécia entre 1946 e 1949. Esta explicação foi nos gentilmente relatada por uma turista espanhola que por ali andava, que além disso fez questão de me empurrar para o meio das danças, e entre um empurrão e um esticar de mão, lá fui eu acompanhado por uma dançarina húngara que, pacientemente, me ajudava na impossível tarefa de acertar o passo... Não consegui. Depois das danças parámos e a dançarina explicou-me que iria abril uma escola de dança grega em Budapeste, e que eu devia tentar aprender. Mas não, fiquei-me apenas por um saboroso petisco grego que agarrei numa das tendinhas ali montadas. Já era noite e decidimos voltar para casa... Cansados e já sem forças para mais borga. Dormir, até amanhã. (continua)

Sem comentários: