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quinta-feira, 20 de julho de 2006

O AUTOCARRO

Nunca antes tinha necessitado tantas vezes de usar um autocarro como desde que cheguei a Budapeste. O autocarro é agora, aqui, parte de mim. Apanhar o 173, sair em Blaha Lujza tér, voltar a entrar no 7, sair na paragem seguinte, esperar pelo 75 na Stefánia utca e sair em Városliget para um passeio no parque da cidade são rotinas que chegaram a mim, assim. Às vezes utilizo o metro, mas penso sempre que não é em baixo que a vida corre. No autocarro posso olhar para as vidas a correr. Não consigo imaginar quantos milhares de pessoas utilizam diáriamente os autocarros de Budapeste. Umas debruçam-se sobre livros e jornais para passar o tempo, outras falam com um telefone, outras simplesmente estão lá, talvez a mergulhar em pensamentos, outras dormem e outras abstraem-se dos sons exteriores e escondem-se debaixo de uns ascultadores, ás vezes consigo ouvir-lhes a música. Todavia gosto do som do autocarro, o som do ar das portas a descomprimir quando estas se abrem ou fecham, o som da aceleradela mais forte do arranque depois de mais uma paragem, a melodia que antecede a voz da menina nas colunas do autocarro a avisar qual a paragem que se segue, o próprio peculiar som da voz da menina, ou mesmo o pequeno buzinar após alguém pressionar o botão que indica a necessidade de paragem para alguém sair. A maior parte das vezes volto para casa no autocarro da noite, é quase impossível manter-me acordado durante os cerca de 30 minutos da viagem. Já algumas vezes dei comigo na última paragem com uma qualquer pessoa a tentar falar comigo, ou a tentar simplesmente acordar-me. Acordo e reparo que nunca sou o único a deixar-me ficar para a última paragem, acho piada e fico mais aliviado. A primeira vez baralhou-me um bocado… Onde estou eu? Mas lá dei com o caminho depois de uns bons metros ou quilómetros. Agora tenho um plano. Alarme do telemóvel a despertar um pouco antes da paragem certa. E funciona. Chego a casa, peço desculpa à minha bicicleta por não a ter usado mais uma vez e no final fica tudo bem.

segunda-feira, 17 de julho de 2006

TOKAJ - HEGYALJA FESZTIVÁL

TOKAJ



Antes de partir olhei para o mapa. Tokaj aparece bem identificada em qualquer mapa da Hungria. Primeiro pensei que fosse uma cidade considerávelmente grande para merecer tal destaque. Mas ao lá chegar vi uma pequena e pacata vila húngara. Situa-se a nordeste da Hungria e é a região dos vinhos. Dizem que Tokaj é "O vinho dos reis e rei dos vinhos". É também património da UNESCO desde 2002. Com a passagem do festival Hegyalja a vila acorda e os barris começam a vazar melhor que nunca. Depois seja o que deus quiser. Uns batem com a cabeça na parede, outros têm mais sorte e a queda é menos grave. Estranho descontrole. Espero que no fim fique tudo bem. A estadia foi dura (não estivesse eu num festival de verão) mas realmente saborosa. O vinho escorregou bem e, pela primeira vez, comi peixe na Hungria. Tokaj é banhada pelo rio Tisza, provávelmente foi de lá que ele veio. Também foi bastante bom o mergulho que dei no Tisza.

segunda-feira, 3 de julho de 2006

NÓS POR CÁ

Glu, gluuu…!!! Mais duas goladas. E pimba, mais um remate por cima do Maniche… Glu, gluuu… Mais duas goladas. E golos nada. Xxiiiiii… Eu a descarregar. E depois descarregar autoclismo e partir para mais outra. A cerveja escorrega bem… Mas golos nada. Fim do jogo. Xiiiiii… Descarregar e buscar mais uma antes dos penalties. Ricardo em grande e ingleses go home!! Gluu, glluuu, gluuu… Mais uns quantos goles para acompanhar a festa até tarde. Aqui não somos muitos mas fazemos barulho.