Páginas

terça-feira, 25 de julho de 2017

NA TERRA DO GEYSIR E DAS PLACAS TECTÓNICAS

ISLÂNDIA (Agosto 2014)


E
ra Agosto. Isto porque tentámos escolher um mês quentinho, quando a média máxima pode mesmo chegar aos 13 graus centígrados. Fora esta exaustiva pesquisa meteorológica, que depressa me fez concluir que seria preciso levar zero protectores solares, nada ou pouco mais planeámos antes da viagem. Visitávamos família e não precisávamos de um plano. De modo que não sabia muito bem o que nos esperava. Além disso já não éramos só dois. Esta seria por ventura uma das primeiras viagens da India, que tinha então ano e meio. Eu normalmente fascino-me mais com viagens exóticas, de culturas e pessoas distintas, com grandes cidades ou antigas grandezas arquitectónicas. Por isso muitas das vezes deixo a natureza para segundo plano. Mas não há duvida que a riqueza natural da Islândia é enorme e mesmo misteriosa devido a sua localização e formação geológica. A Islândia faz parte da cadeia montanhosa Meso-Atlântica, que na sua maioria se encontra submersa, mas com alguns pontos acima do nível do mar, dando origem à exist
ência a algumas ilhas, como é também o caso dos Açores, por exemplo. Esta cadeia montanhosa deve-se ao encontro entre as placas tectónicas Norte-Americana e Euro-Asiática. Ou devo dizer desencontro? Isto porque as placas continuam em permanente movimento de sentidos opostos. Significa que a cada ano que passa a largura da ilha estende-se. Agora chega de Geologia para não correr mais o risco de mentir! Mas penso ser importante de referir pois juntando isto a outros fenómenos naturais dai derivados, podemos melhor entender a existência dos fiordes, géiseres, cataratas, termas, terremotos, vulcões, etc. que é o que mais se distingue numa visita à Islândia. Aqui a terra parece ter um dia-a-dia bem atarefado, e literalmente agitado. A nossa base foi em Borgarnes, um bom ponto de partida para visitas ao longo de toda a zona oeste do país, com excepção da região dos fiordes do noroeste que seria preciso mais do que apenas um par de horas de viagem para cada lado. Primeiro demos um salto a Reykjavík, uma simpática cidade e provavelmente uma das mais tranquilas e pacatas capitais da Europa. Subimos ao topo da torre da Igreja de Hallgrímur para apreciar a vista sobre a cidade e o antigo porto de Reykjavík. No regresso fizemos uma paragem na loja de discos para escutar e comprar alguma música islandesa que acabou por servir de complemento a paisagem durante os nossos passeios de carro. Num dos primeiros dias fizemos o circuito dourado, que conta com a queda de água de Gullfoss (Catarata Dourada); O Parque Nacional de Thingvellir, onde desde 930 e por muitos anos aconteceram as reuniões públicas do parlamento islandês. Aqui também se pode observar a fissura entre os extremos das placas tectónicas; E os géiseres Geysir (que deu origem a palavra “géiser”) e o impressionante Strokkur. A norte de Borgarnes visitámos a vilas de Stykkishólmur e Arnarstaple que sobrevivem em maioria graças à pesca e um pouco de turismo. Atravessámos bem perto do Snæfellsjökull, que é um vulcão com glaciar de cerca de 1450 metros de altitude. Entre as várias quedas de água que visitámos, destaco Glymur, onde devido ao difícil e perigoso acesso tivemos de deixar a India para trás. No final da caminhada fomos recompensados com a espectacular vista dos 200 metros de altitude da queda de água, uma das maiores da Islândia. Impossível é capta-l
á com justiça numa imagem fotográfica. Se calhar corri o risco de vos ter aborrecido antes de falar de um dos pontos altos da viagem, mas se ainda ai estiverem, queiram saber que meter-me de molho na Lagoa Azul deve estar bem perto do topo das coisas mais agradáveis que fiz em viagem. Este Spa bem acomodado em campos de lava, de água rica em propriedades medicinais que chega aos 40 graus centígrados, será certamente um dos primeiros pedidos para ter perto de casa, quando o génio da lâmpada vier ter comigo.

P.S. - Na
Islândia não são precisos esquentadores e existem lagos de água extremamente cristalina como nunca vi em qualquer outro lugar.

Sem comentários: