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quinta-feira, 26 de maio de 2005

RETALHOS DE UMA HISTÓRIA (1)

O FIM DO COMUNISMO HÚNGARO E O INICIO DE UMA NOVA ERA



Em 23 de outubro de 1989, trinta e três anos depois da invasão dos carros blindados soviéticos para calar a revolta popular, os sinos tocaram em todas as igrejas de Budapeste. Na margem esquerda do Danúbio reunira-se uma multidão para assistir ao que poderia chamar-se o "fim oficial" do comunismo húngaro: a descida da estrela vermelha, com mais de mil quilos, que encimava o edifício do Parlamento, a quase cem metros de altura. Acabado o jugo de Moscovo, também as tropas soviéticas estacionadas na Hungria tiveram de deixar o país. Deste modo, acabou uma era da história húngara, que durou quarenta anos, durante a qual se tentou uma integração forçada do país na esfera de influência soviética. Os Húngaros nunca esqueceram que estavam mais ligados às tradições e à cultura do mundo ocidental; o seu gradual afastamento da esfera de influência soviética, nos finais dos anos 80, representou certamente um sinal para todos os outros países do Leste europeu. O corajoso contributo para destruir a Cortina de Ferro e a decisão, em 10 de Setembro de 1989, de permitir a milhares de refugiados da República Democrática Alemã que passassem para o mundo ocidental não podem ser esquecidos. O ministro dos Negócios Estrangeiros de então, Gyula Horn (n.1932), recebeu, em nome do país, o Karlpreis, isto é, o Prémio Internacional da Cidade de Aix-la-Chapelle. Também no período em que a Hungria fazia parte do bloco soviético continuou a ser igual a si mesma. Ao contrário dos outros países socialistas, que davam uma impressão de tristeza e melancolia, a Hungria sempre manteve a sua identidade nacional de país com uma história antiga, corajoso e orgulhoso, dinâmico e independente. Os dez milhões de turistas que todos os anos a visitam estão conscientes disso, hoje mais do que nunca. De facto, é a atmosfera húngara, com excepção do lago Balaton e da cidade de Budapeste, que constitui a atracção principal. A Hungria desempenhou no passado importantes funções políticas e diplomáticas. País de fronteira entre o Ocidente e o Leste europeu, ao longo dos anos tornou-se o território escolhido para encontro de parentes e amigos que viviam para além da Cortina de Ferro. Aliás, para os turistas provenientes dos outros Estados do bloco, tratava-se de um autêntico paraíso para fazer compras; e, para os turistas ocidentais, a Hungria representava um destino interessante.Actualmente são muito apreciadas as especialidades gastronómicas e o óptimo vinho. É também conhecidíssima a música húngara, não só a folclórica, mas especialmente a cigana, bem como os seus trajos tradicionais. (continua)

in Terras e Gentes - Europa do Norte e Europa do
Leste

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