Páginas

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O ANTIGO REINO DO SIÃO

AYUTTHAYA



Dizem os livros e a Internet que o primeiro português chegou aqui há 500 anos. Eu cheguei um bocado depois, mas ainda assim penso que vim bem a tempo, ou quase. Apesar do nome até nem ser nada familiar, a verdade é que a cidade de Ayutthaya foi a capital do poderoso Reino do Sião fundado em 1351. Para além de terem sido os primeiros europeus em Ayutthaya, os portugueses gozaram de uma relação bastante simpática com o Sião, o que lhes permitiu terem acesso a uma parte do território que usaram para construir um povoado e uma igreja católica. Depois de uns bons quilómetros a pedalar à chapa do sol, descobrimos que afinal a igreja agora é pouco mais do que um monte de pedras mal consertadas ao qual vou chamar de “ruínas”. Mas ruínas é o que não falta hoje em Ayutthaya, em 1767 o exército birmanês, depois de anteriores invasões fracassadas, conseguiu finalmente conquistar a cidade, deixando-a praticamente em destroços. Perdeu-se então aquela que era considerada a grande potência do Sudeste Asiático que, com a sua beleza, havia deixado rendidos muitos ocidentais que ali jogavam as relações comerciais dos seus países. E por isso dizia antes que “quase” vim bem a tempo, não tivessem os birmaneses chegado primeiro. Ainda assim, e com o estatuto de Património da Humanidade a ajudar-me a confirmar esta afirmação, Ayutthaya é um lugar muito agradável e bastante merecedor de uma visita. Dos sei lá quantos templos e ruínas que aqui visitámos, gostei mais do Wat Mahathat, que tem uma cabeça de Buda numa árvore que ninguém sabe ao certo como foi lá parar, e do Wat Ratchaburana, de arquitectura Khmer e também impressionante pela sua dimensão. Gostei também do Wat Chaiwatthanaram porque é bonito e fica bem nas fotografias. Depois do pôr-do-sol, o mercado nocturno de Hua Raw foi paragem obrigatória durante a nossa estadia em Ayutthaya, a respectiva cerveja tailandesa a acompanhar o prato de marisco e a vista para o rio Lopburi, carregaram-nos as baterias que bem tivemos de usar no dia seguinte, ou nos dias seguintes.

1 comentário:

tgodinho disse...

Estou a ver que o espírito de aventura permanece...

Forte abraço ;)