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quarta-feira, 17 de setembro de 2008

INCRÍVEL ÍNDIA

INDIA



Índia, Índia... Incrível Índia, como muitas vezes vejo algures por aqui escrito e que também muitas outras vezes me apetece repetir em jeito de desabafo, simplesmente porque de facto, a Índia é um lugar incrível. Jamais esquecerei o dia em que, ainda mal acordado e acabado do saltar da confortável cadeira do Boeing 777, troquei os meus euros por rúpias, sem nunca antes me ter dado ao trabalho de ver com o quê se parece uma nota indiana. Saí do aeroporto, porta fora, em direcção ao coração de umas das maiores e mais caóticas cidades do Mundo, Nova Deli. O cheiro; o calor tão diferente, sufocante; as pessoas; o barulho; a vertiginosa desordem que ali me invadiu (ou eu a ela), logo após o primeiro passo no exterior do aeroporto. Tudo tão rápido, tudo tão confuso que foram necessários alguns segundos de concentração para que aquela minha figura de turista inocente, desorientado no meio da ameaça do caos, pudesse, por fim, desaparecer da minha imaginação. Pensei por momentos se estaria mesmo preparado para, tão de repente, enfrentar tamanha novidade. “Yes, Sir!... Come!... Where you going?... Come with me!... Please enter… Sir… Yes… Come Sir!”, Na verdade não estaria mesmo preparado para absorver tudo o que naquele momento se passava à minha volta. Acabei por “cair em mim” quando já estava sentado num dos táxis que faziam espera perto da porta principal do Aeroporto. No táxi olhava à volta, não conseguia ver tudo quanto queria, o condutor guiava muito depressa e havia tanta coisa para ver que um simples piscar de olhos me poderia afectar o momento. Esta primeira viagem que me levou para dentro de Deli parecia uma alucinação, uma autêntica cena de cinema que nunca antes tinha sentido e nem imaginei que iria sentir. Aos poucos, a adrenalina foi baixando. Quando chegámos a paragem de autocarros (com destino a Jaipur), o meu instinto “duvidador” actuou pela primeira vez, aquilo parecia tudo menos uma garagem de autocarros. Por fim, vi que era mesmo o lugar certo, pedi desculpa e agradeci ao taxista, que prontamente aproveitou para pedir uma gorjeta extra. Eu recusei, ele insistiu. Eu recusei pela última vez e virei-lhe as costas. Hoje, passada uma semana e alguns dias desde a minha chegada, já consigo perceber um pouco melhor sobre como estar no dia-a-dia da incrível Índia: continuo a olhar para as coisas com os olhos muito abertos e fascinados, mas já não me parece uma cena de cinema; continuo céptico, mas já sei que muitas coisas podem não parecer o que são. E tantas outras coisas que já aprendi, simplesmente tendo a incrível oportunidade de as viver. Seja quem for, aconteça o que acontecer, a Índia, só pode ser para alguém a Índia, quando esse alguém tiver a oportunidade de viver o seu cheiro; o seu calor; as suas pessoas; o seu barulho e o seu silêncio; a sua desordem e a sua paz. Antes disso, a Índia não poderá ser mais do que aquele lugar que todos (ou quase todos) têm como sendo um lugar “Incrível”, não podendo no entanto imaginar o verdadeiro significado do adjectivo.

3 comentários:

spined disse...

Ah grande Pintas! Tu é que és incrível ;)
Abraço

Anónimo disse...

Boas Bruno,

E`isso mesmo, curtte ao máximo, se puderes vai ao Nepal, dizem também que é "incrivél" ;)

Abraço

Porta-te!

Maria disse...

Olá

também estive na india, Nova Delhi, Jaipur...Agra..ao ter o primeiro contacto com Nova Delhi, a vontade que tive foi apanhar o próximo avião e regressar, meu Deus que contraste com a nossa realidade! Foi uma semana a tentar absorver tanta diferença, confusão, gente amontoada nas ruas, os cheiros, as pessoas de tão serviçais incomodavam, algumas vezes senti medo da forma que me olhavam...vi coisas muito bonitas sim, mas hoje tenho a certeza que não estava preparada para esta viagem.

Levei o tempo todo a contar os dias para voltar e dizia sempre...India nunca mais! Mas sabe uma coisa? A india de alguma forma fica dentro de nós, como se tivessemos deixado algo por fazer lá, o que não admira sentir, vemos tanto por fazer...Quero voltar sim, quero voltar porque hoje já me sinto preparada para rever o que vi e na altura não entendi, ou não era capaz de absorver perante tanta imagem menos boa que os meus olhos viam a cada minuto. O povo indiano é sem duvida muito acolhedor, mas é preciso saber muito para não nos deixar levar por cada um que estende a mão a pedir e são tantos!!!

Vamos ver se consigo juntar uns euros e não são poucos para voltar á minha India, aquela India que os meus olhos viram e que o meu coração alberga.

Um abraço

Lurdes Rodrigues