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quarta-feira, 20 de setembro de 2006

REVOLUÇÃO (OU APENAS VIOLÊNCIA)

BUDAPESTE



Hoje vou dormir no escritório, mas isso pouco importa tendo em conta aquilo que se passa atrás de mim, na rua. A Hungria está revoltada, ou pelo menos parte grande dela. As pessoas estão na rua e os confrontos aumentam de hora para hora. Há quem lhe chame revolução, mas outros preferem dizer que são meia dúzia de fanáticos de extrema direita que estão a causar a onda de violência em Budapeste. Tudo depois do Primeiro Ministro húngaro, Ferenc Gyurcsany, preferir alguns comentários acerca da situacão económica do país, onde mete completamente em causa a competência e seriedade do governo húngaro. As palavras foram gravadas secretamente e expostas a público gerando a revolta da população, principalmente das classes da oposição. Quanto a mim deixo-me estar quietinho. Tentei sair á rua para fazer uma ou duas fotos mas a policia estava a bloquear todos os acessos ao centro dos protestos, neste momento em Blaha Lujza. Antes tinha passado por lá, no preciso momento em que as carrinhas chegavam com os policias, o tempo de vir ao escritório buscar a máquina foi suficiente para me bloquearem o caminho de volta. Tudo o que consegui foi ouvir carros de bombeiros e policia a buzinar de um lado para o outro e um cheirinho de gáz lacrimogénio nos olhos, mas como já o apanhei no fim, foi fácil escapar. Os autocarros estão parados, ou talvez meia cidade esteja parada para protestar e também ajudar a fazer violência. Eu não tenho como chegar a casa hoje, mas tudo bem. Só é pena pensar que se faz história atrás de mim e eu nem uma televisão tenho para olhar.

5 comentários:

vazdesign disse...

realmente passar ao lado de um momento destes na história de um país é uma pena. mas pelo menos nao levas com um bastao da bofia, a que ver o lado positivo.
Mas pelo andar ainda vais poder sacar umas fotos...
boa sorte:) fica bem

Anónimo disse...

Watch your back!

carlos disse...

vou adicionar capacetes à bagagem!

Catarina disse...

eu acho lamentável que usem esta situação como pretexto barato para a violência. Pode ser história, bla bla bla, mas condenável. Não gosto.

Papa Ratzi disse...

50 anos depois a Hungria novamente revolta-se.