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sexta-feira, 8 de setembro de 2006

PILISSZENTLASLO

PILISSZENTLASLO



A falta de tempo tem-me mantido longe deste espaço. Gostava de escrever muito sobre o meu último fim de semana, mas a cabeça já me está a pesar, mesmo assim, vou tentar. Na verdade fiquei fora de Budapeste durante cinco dias, quando voltei tive a sensação de ter estado fora durante três meses. Por outro lado estou em Budapeste à três meses e parece que cheguei à cinco dias. Há coisas que não sei explicar, simplesmente são assim. O EVS Clube é um encontro e treino para jovens voluntários e foi o que me fez mover de Budapeste para Pilisszentlaslo, uma pacata vila a norte da capital húngara e a escassos quilómetros de Szentendre. Além de ter trocado experiências com outros jovens de 13 países diferentes, o treino, o descanso e a simples liberdade que lá senti, fizeram-me estraordináriamente bem ao espirito. Perguntaram-me se me considerava como que um ”representante” de Portugal no meio de ”representantes” de outros países. Respondi que não, de maneira alguma, mas que no fundo gostava de perceber, em cada um deles, a imagem e a cultura dos seus respectivos países. Falámos sobre a Arménia e os seus costumes, reparámos que somos diferentes, mas que não é dificil respeitármo-nos. Falámos sobre as regras do Alcorão, descobrimos que alguns de nós não conseguiriam viver atados a ele, mas que podemos partilhar aventuras ou conversas com aqueles que o fazem. Tentámos partilhar tradições na cozinha, fui incapaz de comer o prato polaco que me tentaram oferecer. Mas a tortilha espanhola feita por um dinamarquês estava deliciosa. Encontrámos diferentes caminhos durante as actividades que desenvolvemos, mas acabámos todos por conseguir o que foi proposto. Sempre tentámos e conseguimos encontrar o balanço ou o ponto ideal quando as diferentes ideias apareciam devido as nossas diferenças socio-culturais. Por vezes sentia-me como um menininho a brincar e ao mesmo tempo a crescer, outras vezes sentia-me simplesmente um menino, não interessava se estava a crescer, estava lá e a atmosfera, o cheiro, os sons eram saudáveis e ao mesmo tempo puros e inocentes. Foi bastante bom perceber que todos conseguimos descer e subir juntos, e não interessa se somos diferentes, o que importa é sabermos ser diferentes.

1 comentário:

Catarina disse...

no words to describe it. é o puro sentimento de estar noutro país e encontrar pessoas que estão na mesma situação e os laços que nos unem. E é estranho falarmos em entendimento entre culturas tão diferentes quando hoje se "celebra" uma tragédia de choques entre civilizações.